Os desequilíbrios territoriais em Portugal têm-se agravado, prevendo-se esta tendência de continue nas próximas décadas. A população que procura uma educação superior, irá sofrer um decréscimo de cerca de 14% entre os anos de 2020 e 2035 (INE) em resultado da baixa natalidade, não obstante o aumento verificado nos últimos anos. Confirmando-se a tendência de decréscimo, esta poderá será mais evidente nos cursos superiores do setor agrário e dos territórios de baixa densidade. Contudo, a resposta aos principais desafios colocados à humanidade, passam pela sustentabilidade ambiental, pela produção de mais e melhores alimentos, pela economia circular e pela mitigação dos efeitos das alterações climáticas, ou seja, desafios cuja resposta tem obrigatoriamente de passar por um setor agrário mais inovador, atrativo e sustentável.

As instituições de ensino superior e outras instituições com ensino agrário têm um papel crucial na transformação deste sector, através da investigação, da transferência de conhecimento e tecnologia, dando resposta a esta nova realidade. Assim, é essencial estudar e prever como deverá evoluir o Ensino Agrário, propor a sua transformação de modo a que possa formar profissionais nas novas áreas de conhecimento e contribuir de forma eficaz na redução dos desequilíbrios do território, na sustentabilidade ambiental e no desenvolvimento de Portugal.